Nunca

Posted: sábado, 15 de maio de 2010 by gui in
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O quão insano é, sentir saudade de algo que você nunca viu, ouviu, sentiu, nem mesmo sabe se realmente existe. Mais do que saudade, é sentir falta, como se lhe roubassem um pedaço de tua alma. O quão insano é, chorar por uma lembrança de uma imaginação, um sonho. O quão insano é amar palavras, ditas por uma imagem em sua cabeça. O quão insano é, saber que você não vive sem aquelas malditas palavras, frases, insultos. O quão insano é, saber que a sua vida nunca será completa, sem o autor daquelas palavras. O quão insano é, se apaixonar por cada detalhe, de uma personalidade descrita, exatamente como a peça do quebra cabeça que falta em ti. O quão insano é, preferir a morte, à nunca mais poder chorar por aquelas palavras. O quão insano é, passar noites em claro, olhando para uma imagem, uma música, um filme, uma fruta, que lhe desperta uma lembrança daquelas palavras. O quão insano é, o autor dessas palavras, se apaixonar pelo seu leitor. O quão insano é, amar uma tanregina? rs.

Dúvida

Posted: domingo, 2 de maio de 2010 by gui in
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Cansado, sujo, desanimado. Esperança? Nunca a tive. Gostaria de despertar com apenas o intuito de contemplar o nascer do sol. A dor que me afronta hoje, carreguei-a durante anos, pensei ser ela minha amiga, uma espécie de bússola, para que nunca de meu caminho fosse desviado. Enganei-me. Bússolas apontam sempre ao norte. Horizonte eterno? Seria, porém um obstáculo me impedira de ir adiante. Sem nome, despretensioso, diria até inofensivo. Como um oásis, minuciosamente planejado no meio de um deserto escaldante. Chama-se dúvida. Quero sim sentir o que todos sentem. Não dor, isso já me é rotina. Quero sentir amor, e por que não? Alguém desenganado de vida longa não tem o direito de nutrir um sentimento nobre? Se quero tanto, por que me é negado? O que necessito para obter tal dádiva? Alguém a quem dedicar meu sentimento? Se tão nobre és, por que dedicar a alguém? Como saberei entregar a alguém merecedor? Existe alguém merecedor de tal entrega? Entregarei então ao nascer do sol, que traz-me a beleza de teu esplendor, que nunca se cansa de tão árdua tarefa, exercida exaustivamente, a cada olhar que ofusca com teu brilho revigorante. Em troca, peço ao sol que, todas as manhãs, ilumine e traga vida à minha janela triste de tantos pensamentos jogados ao ar, tentando encontrar respostas dentre as outras janelas.