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Posted: sexta-feira, 27 de agosto de 2010 by gui inSó pra não dizer que eu não postei nada em agosto.
Só pra não dizer que eu não postei nada em agosto.
Parece maldição, parece covardia. Sei dizer que não está certo, sei lamuriar esperando um remédio. Sou uma ilha, distante de qualquer lugar, distante de qualquer pessoa, distante. Avoado, distraído, minha mente se perdeu na última viagem, se distraiu com algum pássaro que voaria por ali. Mãe, o que eu fiz? Mãe, por que não posso ser como os outros garotos? Mãe me diz o que acontece, quando se sobrevive ao invés de viver? Pai, por que você nunca me diz nada? Por que vocês estão chorando? Agora tudo vai ficar bem, toda a dor vai acabar. O que eu faço agora? Não tenho mais ninguém, não tenho mais aonde ir, eu apenas não gostaria de ser aquela ilha deserta, tão distante, parada, sem vida, esperando o pior, esperando o fim. Anime-se, levante dessa cama, o dia está lindo. O dia foi feito para quem sabe o valor de viver um dia após o outro. Vamos viver então. Não sei viver, não aprendi na escola, minha mãe não me ensinou. Não é algo que se ensina, você tem que viver. Viver? Pra que? Se para morrer não tenho que levantar da cama, não tenho que escovar os dentes, não tenho que me levantar, a morte faz tudo por mim, basta ficar aqui, esperando. Então você prefere morrer a dar uma chance a si mesmo? A morte me é mais atraente, ela vem toda de preto, parece àquela garota, que uma vez vi em um show de uma banda de rock. Qual é o seu problema? O que a vida te fez para ser tão desprezada? O que a vida me fez para merecer atenção?
Sem razão para escrever, você não vai ler, não vai entender. Sem forças para pensar, em algo que não seja automático, clichê. Sem inspiração, para inventar uma composição, absurda para atrair atenção. Chegou a hora. Chegou? Que dia é esse que me persegue, parece que já dormi 40 horas. Dormi? Ainda não vi o amanhecer. Que peso é esse que não me deixa levantar, que me prende na única ação de olhar no relógio? Relógio esse que já nem marca mais as horas. Desgastou-se e ruiu, devido a quantidade de olhares, com a espectativa de que já tivera passado algum tempo, suficiente para me confortar. Falhei ao tentar, porque tentei falhar. Sei o que pode parecer, que eu não sei me expressar. Hoje posso ter me esquecido. Hoje pode ter sido um dia ruim. Hoje eu posso ter me descontrolado. Hoje não haverá amanhã, hoje o meu relógio parou.
O quão insano é, sentir saudade de algo que você nunca viu, ouviu, sentiu, nem mesmo sabe se realmente existe. Mais do que saudade, é sentir falta, como se lhe roubassem um pedaço de tua alma. O quão insano é, chorar por uma lembrança de uma imaginação, um sonho. O quão insano é amar palavras, ditas por uma imagem em sua cabeça. O quão insano é, saber que você não vive sem aquelas malditas palavras, frases, insultos. O quão insano é, saber que a sua vida nunca será completa, sem o autor daquelas palavras. O quão insano é, se apaixonar por cada detalhe, de uma personalidade descrita, exatamente como a peça do quebra cabeça que falta em ti. O quão insano é, preferir a morte, à nunca mais poder chorar por aquelas palavras. O quão insano é, passar noites em claro, olhando para uma imagem, uma música, um filme, uma fruta, que lhe desperta uma lembrança daquelas palavras. O quão insano é, o autor dessas palavras, se apaixonar pelo seu leitor. O quão insano é, amar uma tanregina? rs.
Cansado, sujo, desanimado. Esperança? Nunca a tive. Gostaria de despertar com apenas o intuito de contemplar o nascer do sol. A dor que me afronta hoje, carreguei-a durante anos, pensei ser ela minha amiga, uma espécie de bússola, para que nunca de meu caminho fosse desviado. Enganei-me. Bússolas apontam sempre ao norte. Horizonte eterno? Seria, porém um obstáculo me impedira de ir adiante. Sem nome, despretensioso, diria até inofensivo. Como um oásis, minuciosamente planejado no meio de um deserto escaldante. Chama-se dúvida. Quero sim sentir o que todos sentem. Não dor, isso já me é rotina. Quero sentir amor, e por que não? Alguém desenganado de vida longa não tem o direito de nutrir um sentimento nobre? Se quero tanto, por que me é negado? O que necessito para obter tal dádiva? Alguém a quem dedicar meu sentimento? Se tão nobre és, por que dedicar a alguém? Como saberei entregar a alguém merecedor? Existe alguém merecedor de tal entrega? Entregarei então ao nascer do sol, que traz-me a beleza de teu esplendor, que nunca se cansa de tão árdua tarefa, exercida exaustivamente, a cada olhar que ofusca com teu brilho revigorante. Em troca, peço ao sol que, todas as manhãs, ilumine e traga vida à minha janela triste de tantos pensamentos jogados ao ar, tentando encontrar respostas dentre as outras janelas.
Não escrevo porque quero, não escrevo o que sou, escrevo a alma. Para onde vai, não sei. De onde veio, também não. Alguns dizem que os olhos são o espelho da alma. Ah, que lindos olhos negros ela tinha, negros eram, a ponto de contrastar na noite escura, sem lua, sem luz. Olhos que pareciam te envolver, como em um buraco negro, viagem sem volta ou caminho para o infinito? Nunca saberão o que acontece em um buraco negro, mas sabem o que acontece ao se apaixonar por aqueles olhos negros, uma arma tão mortal quanto o amor. Apenas um olhar, e se pega com as pernas bambas, sentidos desaparecem, parece estar perdido e ao mesmo tempo estar exatamente onde queria estar. Ah, aqueles olhos tristes me diziam alguma coisa, parecia que tudo iria ficar bem, parecia que o mundo já não era tão importante. Ah, aqueles lindos olhos negros, porque tão negros eram, se tão doce eras? Ah olhos, me fazes pensar que se assim a vida quis, não mais serei como sou, se forte foi e soube chegar, forte serei para te encontrar.
Não irei descrever com detalhes, porque sequer me recordo de algo, não sei por onde andei, não sei o que fiz, não sei para onde fui, não sei onde meu corpo foi, enquanto minha cabeça se separava do mesmo. Indescritivel a sensação, será que era eu mesmo? Ou será que foi um delírio? Não sei ao certo, pode ser uma descrição vazia, porém foi uma overdose de sensações. Talvez 1 de nós consiga descrever.
Algumas lembranças nos fazem rir à toa, feito idiotas, sem motivo algum. Algumas lembranças nos fazem chorar feito bebês, fazendo birra de madrugada para acordar os pais. Existem também objetos que nos fazem lembrar de momentos, músicas, fotos, lugares etc.
Lembranças são fundamentais na vida de um ser humano, é nelas que encontramos força e vontade de ter sempre uma lembrança melhor guardada conosco. Mas não vim falar do lado científico das lembranças. Nem todas as lembranças deveriam ser lembranças, coisas que queremos esquecer, coisas que nos tiram o sono, coisas que temos pesadelos... Como todos tenho lembranças de um tempo que nunca irá voltar, não pelas pessoas, nem pelo lugar, e sim pela sensação que eu sentia naquele tempo. Talvez seja o mais perto que já cheguei da felicidade. Dias melhores podem surgir, não digo que nunca serei feliz, apenas acho que essa é uma lembrança que sempre irei carregar comigo. Talvez 1 de nós também tenha uma.